Fase 0 - Bar
O Bar...
Uma espelunca em algum lugar perdido da América
Central, as coisas ainda não tinham mudado, mas tudo estava perto de ficar
muito demente.
Ele ja estava cansado do que fazia. Anos a fio desde que
recuperara tudo, achava que aquilo era a única coisa que podia fazer, sem
questionar sem se perguntar. Se outros caminhos existiam ou se contos de fada
podiam realmente machucar. Limpar a sujeira dos outros, e não permitir que
normais as vissem pode parecer simples. Mas neste mundo nada é simples.
Talvez ele teria feito isto por anos a fio, se não fosse
aquilo! Mortos, todos mortos! E pra que? Nada, nada...
O bar se assemelhava a qualquer bar de contos e filmes
baratos, sujo com um ofensivo tom alaranjado vindo das lampadas mal limpas que
balançavam a cada pedido de bebida em seu balcão desgastado.
Ela entrara a poucos segundos, mas sua presença não condizia
com o lugar, era de estatura baixa não tinha exatamente o corpo de uma modelo
sendo até um pouco acima do peso considerado.
Trajava calça jeans surrada e clara uma camiseta branca com os dizeres
de alguma grife obscura norte americana, seus cabelos negros profundos presos
por um arranjo de cor profunda puxado para madeira. Usava oculos grandes e com
um certo grau, olhos castanho escuros e pequenos mostravam uma faceta dificil
de se decifrar naquele lugar de salafrários.
Sua primeira atitude foi fixar os olhares no local, algo ali
era o que precisava, o que procurava e sabia como iria adquiri-lo. Ao sentar no
balcão logo atraira a atenção de muitos olhares indesejáveis.
- Uma Marguerita
Vermelha senhor - Diz a garota em um inglês carregado em herança européia.
Olhando desconfiado o bartender que os braços mais pareciam de algum
fisiculturista aposentado com uma cicatriz que partia o lado direito do ombo
aos pulsos, prepara a bebida parecendo desconfortável com o que estava se
desenhando ali.
Mal o copo se desenhava na mesa dois grandalhoes se
apertaram do lado da garota, faziam o estilo estivadores claramente ja estavam
abusados do alcool e não pareciam ver uma mulher a um bom tempo... - Essa
vadiazinha é minha - o tom de mais a esquerda era acido e ranhoso como arame
farmapo... - Vai se fuder Desgraça - As ameaças do outro eram graves como um
sapo roxo. Estava claro que a ela estava em problemas mas na hora que a
primeira mão voou ao ar para iniciar qualquer contenda, ela sorriu...
Ele achara que tinha secado o bar, bem na verdade tinha
chegado bem perto. Não via nada que não fossem vultos, ja estava em um
autoimposto coma do mais puro alcool barato de tantas marcas que não saberia
contabilizar. Estava ali jogado como lixo naquele bar não sabia a quantas
horas, mas porque se importaria sobre elas? Eram apenas horas... e elas passam
como tudo o mais.
Mas naquela hora onde tudo o mais não era mais que
borroes, um borrao de cor branca e
cabelos escuros muito profundos o despertara, a as mãos que voavam
violentamente por cima de si mesma.
Tudo então se sucede como um rolo de filme! A primeira garrafa
na mão dele estilhaça na cabeça do grandalhão da esquerda, o sangue voa em
globos rubros e estilhaços enquanto o gigante vira ainda de pé para esmagar o
inseto que o atacara... ledo engano... Ele salta de seu canto segura com as
duas mão o enorme braço do gigante furioso e parecendo bailar uma dança macabra
apenas se balança e o joga do outro lado da pequena sala de iluminação ambar. O
segundo se desvia de acertar a garota e procura um grande como de vidro no
balcão o quebra e se lança em uma assustadora velocidade, na qual ele se
aproveita de seu próprio embalo para trombar com o segundo gigante portando o
copo fazendo-o se desequilibrar e beijar o chao com os cacos virados contra o
próprio ombro. Ao tombar ainda sentiria uma forte pancada de antebraço
fazendo-o finalmente inconciente.
O gigante lançado no fundo da sela acabara de se levantar na
mesma sucessão quando ele se junta no fundo da sala com uma rapida sucessão de
golpes no peito do golias e uma batida de mão aberta em sua julgular que o faz
cair novamente para não mais levantar.
Ele apenas teve tempo de mais um único olhar para sua nova
protegida antes de todas aquelas garrafas baratas finalmente cobrarem seu
preço, desabando igual aos gigantes que acabara de derrubar. Enquanto tudo
embaralhava e escurecia ele podia jurar escutar um feminino sorriso de
aprovação no escuro...
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