ARTEFATOS! PORQUE O MEDO?

dezembro 28, 2020 Vekariel 0 Comments




          Desde que eu conheço fantasia, seja em livros, filmes e RPG este medo ancestral parece existir na mao de altores e entusiastas do assunto. Mas porque isto? De onde vem e como pode influenciar em sua mesa ou na criação de materiais e cenários? Bora um textinho de fim de ano e inicio de década...


         Artefatos, ítens de incrivel poder que pertenceram a Deuses ou heróis Míticos que nas mãos erradas trazem desgarças e guerras podem acabar com civilizações inteiras.


         Bem pelo menos quando falamos destes fabulosos ítens é o que temos de explicação mais direta e aceita na maioria das rodas de conversas e pela maioria dos autores que eu pelo menos conheço. Esta forma de ver tais ítens me traz um entrave em minhas mesas e na maioria das mesas de rpg que eu conheço.

         É quase sagrada esta palavra, o termo artefato é usado apenas para itens de intenso poder que os jogadores nunca irão por as maos e se o fizerem sera por alguns turnos para fazer algo esperado pela trama para o tal ítem sumir e desaparecer da historia. Ou seja se tu rotular um ítem de artefato estara também o transformando em apenas uma ferramenta do mestre para ser usada ali por algum tempo e depois sumir.

         Este tipo de pegada me incomoda da mesma forma que a forma de Tolkien me incomoda incrivelmente, parece que na cabeça da maioria das pessoas todos os mundos de fantasia precisam se moldar de forma Tolkeniano e pronto, qualquer coisa que sair do modo clássico de se pensar fantasia se mostra errado e precisa ser consertado. Esta visão praticamente retrógrada e muitas vezes sufocante costuma atrapalhar mais que ajudar a quem cria material.

         Mas hoje vamos falar basicamente de Artefatos.

         Mas se Artefatos não são os ítens quebra mundo que se ve por ai como eu posso registrar um artefato em mundos de jogo? Bem basicamente eu irei trazer a minha premissa de uso da palavra e como ela pode ser aproveitada em seus mundos de fantasia ou não. Primeiro o poder de um ítem não deveria definir se ele é ou não um artefato. O próprio Um anel é exageradamente aumentado em suas capacidades pela fanbase para ser chamado de artefato poderosíssimo, o verdadeiro poder do Um anel é sua mitologia e o que ele guarda como a soltura de Saurou. Ele basicamente é um anel de se ficar invisivel, nada muito poderoso se formos ver outras coisas que são mostradas no Silmarilion por exemplo.

         Então podemos partir da premissa que um artefato esta muito mais ligado a sua fama que a seu poder, aqui ja temos material interessante para trabalhar. 

         Posso então com folga dizer que um Artefato é um item que cria toda uma aura e representatividade em cima de si e começa a ganhar poder com esta importância, mas não é ele em si uma representação de poder absoluto. O que torna um item um artefato é sua importância para o cenário eu seu dono ou mesmo a sua falta de dono.

         Olhando por este lado é totalmente aceitável e mesmo desejável que os jogadores de qualquer jogo de rpg principalmente de fantasia ao se desenvolverem e terem suas historias eternizadas na mao de arteista e bardos criem seus próprios artefatos. 

         Não eu não estou dizendo que eles irão fundir itens destrói mundos, e sim que seus equipamentos e armas mais icônicos comecem a criar suas próprias histórias e famas ao acompanharem seus personagens por suas intervenções no mundo afora. 

         Não existe uma regra geral de quando um item pode ser chamado de artefato, e deve ser medida em cada mesa mas pode ser tomado como senso geral que quando o grupo passa do chamado nível medio de jogo (nível 10 em Tormenta 20, talvez 7 a 12 pontos em Tormenta Alfa), as armas usadas pelos jogadores comecem a criar historias e ja possam ser tratadas como artefatos. 

         Mas uma única coisa que eu aconselho aos mestres e jogadores é que normalmente apenas um item muito usado pelo personagem ganhe este peso para não diluir sua importância. Em termos de regra o mestre pode pedir para seu jogador escolher qual arma sua vai ganhar peso maior, pode até mesmo ser aquela espada enferrujada que representa a família que vem acompanhando o jogador por anos a fio e que ele se recusa a trocar por qualquer outra.

         Ela pode vir sofrendo upgrades e sua historia e do amor do herói pela lamina tocar o coração e inspirar heróis e reinos inteiros com os cânticos tocados pelos bardos. Em termos de regra o mestre pode permitir que o jogador faça mais upgrades no item que o normal permitido e em jogos filhos do D20, que ao invés de se ganhar armas e itens novos o jogador consiga incorporar os novos poderes direto na amada arma.


         A ideia aqui não é se criar regras fixas para criação de artefatos e sim desmitificar seu status de ittem proibido para jogadores e traze-los para sua realidade de itens que criam histórias e ficam tão famosos quanto seus donos, ou mais famosos ainda.

Em Mutantes e Malfeitores por exemplo o mestre pode substituir o poder Dispositivo, um ítem muito especial feito para o herói, por Artefato para jogos de fantasia ou heróis misticos, assim estes heróis não teriam Dispositivos Misticos e sim Artefatos. O Martelo de Thor é um artefato em qualquer representação de D20 porque não um martelo igual com história parecida não seria só por estar nas mãos de um jogador?


         Bem então Mestre não seja tão restritivo quanto a conceitos e identidades em seus jogos e pense em escutar ideias novas e usar nomenclaturas clássicas de formas novas, não há motivos para não permitir que o jogador chame algum item amado de artefato e este objeto não passe a ter uma história própria e ganhe ele mesmo fama. 

         Como mestre pense mais em abrir portas e não fecha-las, o mundo real ja faz isto de forma muito mais eficiente...


Arte da Capa
Material Promocional

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