CONJUNTOS EM MUTANTES E MALFEITORES 3E

         Este Artigo eu escrevi para minhas mesas de Capela, que em 2022 pretendem sair do forno. Uma coisa que nunca me conformo é com construções diferentes em jogos que eu costumo narrar, e o modo que pessoas sem poderes são sempre homogeneas principalmente em jogos de supers me da uma incomodada, vamos ver como se mata dois coelhos com uma única cajadada...

         Se existe uma coisa que eu dou muita importância. Um sistema de RPG é a organização e o sentido de sua ficha. Sou metódico e chato neste quesito, e nesses anos que venho acompanhando e usando o MM 3e, em algumas partes da construção da ficha isso me incomoda muito.

          Algumas construções de Arquétipos, como Artistas Marciais e Combatentes do Crime possuem quantidades massivas de vantagens e perícias que viram verdadeiros bolos quando estão em conjunto. 

          Ater que hoje estava brincando com o kit do Mestre, um mini suplemento que me permite criar heróis aleatoriamente de forma muito competente.

          Nele as perícias e poderes são separados em temas para serem sorteados, agrupados em conjuntos.

          A ideia não é nova e vem da segunda edição que fazia algo parecido com estilos de luta que acumulavam de 3 a 9 vantagens (feitos na 2e) e representa os conhecimentos do personagem no estilo. Está regra eh apresentada na 3e também, dentro do Guia do mestre.

          Então parei para pensar um pouco, e porque não? Porque não usar este conceito de forma mais expansiva no jogo e não apenas para estilos de luta?

CONJUNTOS

          Na segunda edição existiam duas estruturas de organização de poderes, os repertórios (Hoje arranjos) e os container (chamados de recipientes em português, nome que sempre odiei) que sumiu na 3e. Bem na verdade não sumiu. Apenas foi escondido no sistema, porque poderes são recipientes de efeitos.

          Bem vamos chama-los de conjuntos para ficar mais bonitos e combinar com arranjos. Mas enfim eles estão lá e servem principalmente para se aplicar a falha removível e descritores. Quando o manual do mestre indica a criação de artes marciais colocando coleções de vantagens de combate debaixo de um mesmo nome é isso que o jogo esta fazendo. Aplicando o conceito de conjunto de poderes a vantagens.

          E aqui que vem o meu pulo do gato, eu digo para aplicarmos este conceito a tudo para vantagens e perícias.

NÃO SOMOS TODOS IGUAIS

          Antes queria comentar também um outro motivo de fazer esta alteraçao praticamente estetica. Observando Agentes da Liberdade da segunda edição e olhando também personagens de Gurps Basico, sistemas de pontos quando constroem pessoas sem poderes, tendem a deixa-las muito proximas e parecidas.

          Veja bem nada contra deixar personagens balanceados, mas o que eu digo é que as vantagens e perícias acabam se repetindo tanto que os personagens perdem carisma e diversidade.

          Aplicando esta variação nós podemos trazer novamente a riqueza do sistema de poderes para as partes mais mundanas do sistema que sao as perícias e vantagens.

E COMO FAZ?

          Pois bem jovem gafanhoto vamos la. A idéia é aplicar subgrupos para vantagens e Perícias da mesma forma que fazemos com estilos de luta…. como por exemplo:

Kung Fu (Ataque poderoso, Ataque imprudente, Rolamento defensivo, Evasão, De pé)

          Bem, esta construção é muito conhecida na segunda edição e é ótima de se usar na terceira, com ela eu fico sabendo certinho qual estilo a pessoa luta. Mas e se usarmos isto para tudo? O Kit do Mestre acaba usando esta premissa também para facilitar o sorteio de uma ficha de personagem. Então vamos a um exemplo de como pode ficar.

Presença Incrível - Tontear   (Intimidação),   Maestria   em   Perícia   (Intimidação),   Assustar,   Liderança  

Observador - Maestria   em   Perícia  (Investigação   ),   Rastrear

Este exemplo é tirado de um modelo de Combatente do crime feito no Kit do Mestre. São dois conjuntos de vantagens mas separados por temas, como estilos treinados separadamente. E é esta a proposta real de usar estas regras. Separar as vantagens assim também aplica descritores nelas que podem ser usados de forma muito interessante com poderes por exemplo.

Além do mais apenas mudando os descritores dos conjuntos de vantagens mesmo que mantenha as mesmas vantagens nossa percepção que um personagem fica diferente de outro aumenta de forma escalafobética, deixando a ficha muito mais elegante.

Mas e se eu quiser aplicar isto a perícias? Oas podemos seguir a mesma premissa… Vamos ver mais um exemplo do mesmo personagem…

Vingador - Especialização:   Psicologia   6,   Intimidação   8,   Veículos   6 

Especialista - Percepção   6,   Tecnologia   8,   Tratamento   6 

         Se prestar atenção temos aqui uma lista de perícias e suas graduações gastas, mas ao dividi-as em dois grupos e dar nomes a estes grupos eu sei que meu personagem deve ser um agente da vingança (Vingador) especializado em ler as mentes dos melhantes (psicologia e intimidação), além de se dedicar muito a arte se tornando um especialista com Tecnologia para operar aparelhos de alta tecnologia e tratamento para emergencias e machucados.

         Veja que eu fiz a mesma coisa que com as vantagens, dividi as perícias em grupos menores e apliquei um titulo que diz o porque elas formam um grupo. Além de contar como descritor para acionar poderes este recurso aumenta em muito a profundidade e identidade do personagem ajudando-o a diferença-lo de outros personagens sem poderes.

MAS MEU MESTRE DEIXA?

Quando apresentamos uma proposta de regra como a que esta aqui, esta pergunta é muito pertinente.

Mas outra vantaegm desta abordagem é que ela não exige nenhuma violação das regras do jogo, ela é apenas um conceito para se aprofundar um pouco os personagens. Mesmo que seu mestre encrenque com mudanças ou acrecimos como estes, nada impeça que tu aplique este conceito na ficha, a diferença é que seu mestre nao vai deixar usar os grupos como descritores proprios.

Não tem problema porque a função de dar profundidade ao personagem ja esta sendo cumprida além de deixa-lo mais único.

Bem espero que este pequeno ensaio seja útil de qualquer forma, esta abordagem é a usada em Capela, um mundo de altissima fantasia baseado em Final Fantasy onde se distinguir como vieram os conhecimentos é muito essencial.

Arte da Publicação
Material de divulgação Marvel e Dc